sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Serra do MACHADO

História

Dados Históricos sobre a Serra do Machado

Esta serra, sita ao poente da cidade de Canindé, dista da referida cidade 10 léguas ou 60 quilômetros. A sua cordilheira corre de norte a sul, tendo a extensão de 4 léguas sobre 3 léguas.
Ao tempo dos índios, chamava-se Serra da Samambaia, nome de uma parasita, que é utilizada na confecção de esteiras para animais, de cor cinzenta, da família das orquídeas. Em 1700, tendo aparecido a seca no sertão de Quixeramobim, os dois portugueses Antonio Ferreira Braga, pelas águas de Quixeramobim, e Jerônimo Machado, pelas águas de Canindé, exploraram a dita serra.
A princípio lhe deram dois nomes: pelas águas do Quixeramobim, era chamada a Serra do Braga, e, pelas águas de Canindé, Serra do Machado. Com o tempo, porém, prevaleceu esta última denominação, que ainda em dia conserva.
A serra no começo de sua exploração era coberta de soberba floresta e de abundante água, mas agora, infelizmente, é seca, devido ao estrago que seus habitantes fizeram em suas matas, tanto que, excetuando uma preciosa relíquia dessas matas que ainda existem nos sítios Jucá, Valtiburí e Olho d’Água, todo o resto da serra é coberto de simples capoeiras e muito escassa de água.
Pelos restos de matas que ainda existem nos sítio supra-citados, tivemos de ver muitas madeiras de grande valor como o Cedro, a Copaiba, ou vulgarmente Pau d’Óleo, a Maçaranduba, o Bálsamo, a Violeta, o Pau d’Arco ou Jucá, etc.  Apesar de todas essa lastimável devastação, é uma serra muito agrícola, nos anos abundantes, nela se cultivam em grande escala a mandioca, o milho, o feijão, a batata e o algodão, e nos sítios Jacú e Olho d’Água há uma reduzida reduzida agricultura de café e cana de açúcar. A planta original dessa serra é a Maniçoba, que vegeta naturalmente em toda ela e em grande abundância, servido de refrigério aos habitantes dalí, especialmente nas calamidades das secas.
A Serra do Machado compõe-se de dois povoados Belém, com cerca de 500 habitantes, e Baixa d’Areia, com 300 habitantes. A serra, porém, é toda semeada de habitações e sítios. Os que mais se salientam são: Jacú, Olho d’Água, São Lourenço, Mato Grosso, Amargoso, Sant’Anna, Valtiburí, Bom Jardim e Gameleira. Esta serra está acima do nível do mar cerca de 1.000 metros, os cimos mas salientes pode atingir 1.200 metros, entre eles o Serrote do Jacú, morada antiga dos índios Canindés, os Serrotes da Confusão e de São João.
Se a mão do homem procurou dessa terra tirar a sua utilidade para sustento de vida, também não descuidou da religião. Em 1795, pouco depois que foi explorada essa serra, um morador de Tatajuba, sertão de Quixeramobim, nome Antonio José de Souza, situou-se na parte do nascente da serra, abriu matas, fez roçado e edificou uma casa de morada. Como fosse ele muito devoto de São Gonçalo, edificou uma capela no mesmo lugar e colocando uma imagem do mesmo santo, chamou a nova situação Sítio São Gonçalo.
Antonio José de Sousa, em hora e devoção ao santo padroeira, ofereceu como patrimônio de nova capela de São Gonçalo do mesmo sítio em que ele era morador, cujas extremas são as seguintes: pelo norte extrema com o sítio dos Cunhas, ao sul extrema com o sítio Mata pelas águas de Quixeramobim, ao nascente com o sítio de Baixo, ao poente com o sítio da Baixa Grande. Tendo morrido Antonio José de Souza (não se tem certeza da data), foi sepultado na mesma capela da qual ainda se encontram alguns vestígios.
Após a morte do doador, desse sítio a São Gonçalo, Antonio José de Sousa, foi constituído procurador o Sr. José Antonio Velloso, que morava no sítio Olho d’Água, distante 1 légua. Havendo no ano de 1879 falecido o Sr. José Antonio Velloso, ignora-se por que motivo, não foram mais nomeados procuradores para este patrimônio. Ficou, portanto, em abandono o povo, contudo sempre respeitou a propriedade do santo, como também ainda hoje respeita.
D. Maria Romana de Souza, filha do Sr. José Antonio Velloso, vendo o abandono em que era deixada a imagem do São Gonçalo na capela quase em ruínas, resolveu retirá-la e guardá-la em casa. Tendo, porém, D. Maria Romana adoecido gravemente, fez uma promessa a São Gonçalo para edificar no seo sítio Valtiburí uma capela, até que se edificasse outra no lugar São Gonçalo. Alcançada a graça, cumpriu o seu voto em 1904, sendo benta a capela no mesmo ano pelo R.mo. Vigário, Frei Mathias de Ponteranica. Nesta capela existe a imagem de São Gonçalo, pertencente ao fundador da primeira capela na Serra do Machado, como também o santuário em que o mesmo Antonio José de Sousa tinha colocado o Santo.
No povoado Belém da Serra do Machado, situado ao poente da mesma serra, existe uma outra capela de tamanho regular, construida a três naves e dedicada ao Menino Deus. Esta capela foi erigida pelo Sr. Antonio Alves Guerra que morava neste sítio, chamado São Pedro. A construção começou em 23 de Março de 1870, tendo sido concluída no mesmo ano. Foi benta pelo R.mo. Padre Manoel Carlos e Silva Peixoto, lente do Seminário de Fortaleza e natural de Crato, aos 25 de dezembro de 1870.
Estas notas e datas nos foram fornecidas por pessoas velhas do lugar, conhecedoras do princípio e desenvolvimento dessa serra. Seja no lado material, como no lado religioso, sendo porém, a maior parte das informações fornecidas pelo Sr. Antonio Guerra, filho do Sr. Antonio Alves Guerra, um dos primeiros moradores da Serra do Machado.
(Do Santuário de São Francisco) F.C.

Histórico Oficial do Município de Itatira

Os primeiros exploradores das férteis serranias conhecidas dos índios por serra da Samambaia, foram os portugueses Antônio Ferreira Braga e Jerônimo Machado. O nome desse último foi transferido ao lugar – serra de Machado – em memória do notável e arrojado desbravador. Na última década do século XVIII, um morador da fazenda Tatajuba, situada no sertão de Quixeramobim, de nome Antônio José de Souza, estabeleceu-se ao nascente da serra com uma pequena posse, denominado-a Sítio Sào Gonçalo, sendo aí edificada uma capelinha sob a invocação desse santo.
Com a morte do proprietário e a retirada dos habitantes por ocasião da terrível seca que devastou os sertões do Ceará em 1825, a povoação e a capelinha foram abandonadas. Posteriormente, outros moradores sucederam aqueles, fundando novas situações na serra do Machado, surgindo, por isso, com o crescimento da população sempre e sempre aumentada com a vinda de agricultores atraídos pela fereza das abas serranas, o povoado de Belém, onde Antônio Alves Guerra mandou edificar uma capelinha dedicada ao Menino Deus, a qual, concluída em 1870, foi inaugurada e benta a 23 de dezembro do mesmo ano pelo padre Manuel Carlos da Silva Peixoto, professor do Seminário de Fortaleza. O patrimônio da capela de Belém se constituía de 400 braços de terras, doadas por Antônio Alves Guerra e José Francisco de Brito, nas quais se constitui lentamente a cidade.
Distrito criado com a denominação de Belém, pelo ato provincial de 10-10-1873, subordinado ao município de Quixeramobim. Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o distrito de Belém, figura no município Quixeramobim. Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937. Pelo decreto estadual nº 169, de 31-03-1938, retificado pelo decreto estadual nº 378, de 20-10-1938, o distrito de Belém passou a denominar-se Belém do Quinim.
Pelo decreto estadual nº 1114, de 30-12-1943, o distrito de Belém passou a denominar-se Itatira. Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o distrito Itatira figura no município de Quixeramobim. Elevado à categoria de município com a denominação de Itatira, pela lei estadual nº 1153, de 22-11-1951, desmembrado de Quixeramobim. Sede no antigo distrito de Itatira. Constituído do distrito sede. Instalado em 25-03-1959.
Pela lei estadual nº 2209, de 19-12-1953, é criado o distrito de Lagoa do Mato e anexado ao município de Itatira. Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de 2 distritos: Itaitira e Lagoa do Mato. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 31-XII-1963. Pela lei estadual nº 7180, de 16-03-1964, é criado o distrito de Bandeira e anexado ao município de Itatira. Em divisão territorial datada de 3I-XII-1968, o município é constituído de 3 distritos: Itatira, Bandeira e Lagoa do Mato.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 18-VIII-1988.
Pela lei municipal nº 303, de 24-04-1989, são criados os distritos de Cahoeira e Morro Branco e anexado ao município de Itatira. Em divisão territorial datada de 18-VIII-1988, o município é constituído de 5 distritos: Itatira, Bandeira, Cachoeira, Lagoa do Mato e Morro Branco.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005.
Alterações toponímicas distritais Belém para Belém de Quinim alterado, pelo decreto estadual nº 169, de 31-03-1938, ratificado pelo decreto estadual nº 378, de 20-10-1938. Belém de Quinim para Itatira alterado, pelo decreto-lei estadual nº 1114, de 31-12-1943.
Ainda sem comentários

Deixe uma resposta

Nenhum comentário:

Postar um comentário