domingo, 18 de agosto de 2013

ASA PARTIDA FAGNER

Enviado em 17/01/2011
Raimundo Fagner Cândido Lopes (Orós, 13 de outubro de 1949) é um cantor, compositor, instrumentista, ator e produtor brasileiro. Mais jovem dos cinco filhos de José Fares, imigrante libanês, e Dona Francisca, Fagner nasceu na capital cearense, embora tenha sido registrado no município de Orós. Oito meses. Foi o tempo em que Raimundo Fagner permaneceu distante do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, o MAM. Numa quarta-feira, 10 de novembro de 1976, ele voltou, desta vez para o lançamento oficial do seu terceiro elepê, com um show que ficou em cartaz cinco dias (de 10 a 15), com a direção musical do próprio Fagner e de Robertinho de Recife, ambientação de Fausto Nilo e do grupo Nuvem Cigana e o acompanhamento formado pelos músicos Robertinho de Recife (guitarras, violas), Túlio Mourão (teclados), ChicoBatera (bateria) e Jamil Jones (contrabaixo) e a direção geral de Abel Silva. Sua última apresentação tinha sido em março de 1976 (de 25 a 27) na exibição do show ''ASTRO VAGABUNDO'', também com a direção de Abel Silva e a produção de Carlos Alberto Sion. Raimundo Fagner jogou muito alto na realização do show ''ASTRO VAGABUNDO''. Foi seu primeiro espetáculo acompanhado de banda no Rio de Janeiro (antes, em 1973, ele cantou com Nara Leão no Teatro da Praia e em 1974 ao lado do percussionista Naná Vasconcelos no Teatro da Lagoa). Na peito e na raça, enfrentou um público bem maior. Não tremeu. Crédito ele já possuía. Havia sido eleito pela crítica de São Paulo ''Cantor do Ano'' de 1975. No acompanhamento do show ''ASTRO VAGABUNDO'' um time da pesada: Túlio Mourão (teclados, ex-Mutantes), Robertinho de Recife (guitarra, violas, cítar), Mani Torres (baixo, violas) e Cândido Faria (bateria, ex-Vímana). Na primeira parte do show Raimundo Fagner cantou 13 canções, suas ou com os parceiros Capinan (Como Se Fosse e Pavor dos Paraísos), Fausto Nilo (Astro Vagabundo) e Abel Silva (Asa Partida) e ainda Sinal Fechado, de Paulinho da Viola; Joana Francesa, de Chico Buarque, Estrada de Santana, de Petrúcio Maia e Brandão; Uma Linha, Uma Frase Apenas, de Petrúcio Maia e Fausto Nilo; além de composições só suas (Penas do Tiê, Cigano, Pobre Bichinho, Santarém e Canteiros). Para a segunda parte do espetáculo, Raimundo Fagner musicou Bodas de Sangue, um texto de García Lorca com montagem de Abel Silva; com um arranjo de rock veio Riacho do Navio, de Luiz Gonzaga e Zé Dantas. E outras parcerias: Ave Noturna, com Cacá Diegues; Tambores, com Ronaldo Bastos; Manera Fru Fru, Manera, com Ricardo Bezerra e Natureza Noturna, com Capinan. O resultado da investida? Durante uma semana o show de Raimundo Fagner bateu todos os recordes de bilheteria e de público da Sala Corpo e Som do MAM dos últimos meses de 1976, deixando o fiel público com água na boca e com um gostinho de quero mais. Um novo show. Um novo disco. Com certeza um novo disco. A gravadora CBS sentindo no jovem cantor Raimundo Fagner um possível ''novo superstar da MPB'', acabou por contratá-lo. O ''Jornal da Música'', em sua edição do dia 23 de setembro de 1976 atestava: '' sombra do jagunço com mania de Dom Quixote, pronto para apontar as manchas no império multinacional das gravadoras, está agora apenas observando o desenrolar dos acontecimentos, diante de sua forte candidatura a novo superstar da MPB''. Raimundo Fagner estava pouco a pouco entrando no esquema que tanto questionara, embora não desse o braço a torcer: ''...Cheguei a um ponto sem nenhum apoio que não fosse do povo. Isso bate na parede e volta. Acaba chegando no esquema, sem precisar que o esquema me dê força. Nunca tive uma gravadora que me fizesse uma jogada promocional violenta, que é o que vinga. No entanto, meu trabalho vingou. Então, acredito que estamos chegando a um momento no qual o que vale é realmente o valor''.

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